O ex-seminarista é acusado dos assassinatos do próprio pai, Luiz Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, no crime ocorrido em 28 de março de 2004 no bairro de Perdizes, zona oeste de São Paulo.
Promotoria e defesa falam
- Promotor: defesa não abalou depoimento de vigia
- Testemunha é vacilante, diz advogado de Rugai
Protegido durante seis anos pelo programa de proteção à testemunha, o vigia que afirmou nas investigações ter visto Rugai deixar o local do crime com um homem não identificado confirmou a versão em juízo. Segundo ele, a dupla atravessou a rua cerca de 20 minutos após barulho de tiros. O casal foi assassinado a tiros de pistola calibre 380 –arma apreendida anos depois dos homicídios em uma caixa de retenção do prédio onde Rugai trabalhava.
Entretanto, inquirido pela defesa do réu, o vigia se atrapalhou em detalhes sobre as vestimentas que Rugai trajaria e na distância em que ele se encontraria do acusado.
O médico legista Daniel Romero Munhoz, da faculdade de medicina legal da USP, disse em depoimento que não há "um nexo de causalidade" entre uma lesão encontrada no pé de Gil Rugai e marcas que estavam na porta do cômodo onde foi assassinado Luiz Carlos Rugai, pai do jovem.
A polícia apontou que o assassino abriu a porta da sala onde as vítimas tentaram se proteger com o pé. Durante as investigações, a conclusão do IC (Instituto de Criminalística) se valeu de laudo médico assinado por Munhoz para afirmar que as marcas de pé na porta da sala onde o empresário foi encontrado morto eram compatíveis com a do filho. Conforme Munhoz, Gil Rugai possuía um edema ósseo no pé direito, do tipo agudo, típico de uma situação de trauma.
Segundo o especialista, esse tipo de contusão pode ser detectada por meio de ressonância magnética até várias semanas após o trauma. Indagado pelo promotor do caso, Rogério Zagallo, se Rugai havia relatado algum tipo de trauma nos últimos meses na época do crime, o perito negou.
Já o perito do IC (Instituto de Criminalística), Adriano Yssamu Yonanime disse que a marca de pé encontrada na sala onde o pai do jovem foi morto, há cerca de nove anos, "encaixa perfeitamente" na imagem sobreposta do pé direito do jovem. "É certeza, porque a imagem [do pé] sobreposta [à imagem da marca na porta] encaixa perfeitamente. Todos os elementos levam a ele", disse, em juízo.
Entenda o caso
O ex-seminarista Gil Rugai, 29, é acusado de tramar e executar a morte do pai, o empresário Luiz Carlos Rugai, 40, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, 33, em 28 de março de 2004.O casal foi encontrado morto a tiros na residência onde morava no bairro Perdizes, zona oeste de São Paulo.
Caso ocorreu em 2004; relembre
Durante as perícias do crime foram encontrados indícios que, segundo a acusação, apontam Gil Rugai como o autor do crime. Um deles foi o exame da marca de pé deixada pelo assassino numa porta ao tentar entrar na sala onde Luiz Carlos tentou se proteger.
O IC (Instituto de Criminalística) realizou exames de ressonância magnética no pé de Rugai e constatou que havia lesões compatíveis com a marca na porta.
Outra prova que será apresentada pela acusação foi uma arma encontrada, um ano e meio após o crime, no poço de armazenamento de água da chuva do prédio onde Gil Rugai tinha uma agência de publicidade.
O exame de balística confirmou que as nove cápsulas encontradas junto aos corpos do empresário e da mulher partiram dessa pistola.
O sócio de Rugai afirmou que ele mantinha uma arma idêntica em uma gaveta da agência de publicidade e que não a teria visto mais lá no dia seguinte aos assassinatos.
Gil Rugai chegou a ser preso duas vezes, mas foi solto por decisões da Justiça.
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