segunda-feira, 8 de julho de 2013

‘Daqui a pouco tem que ir para a rua de novo’, diz Tom Zé sobre reforma política

Cantor e compositor fala sobre a participação nas manifestações e das duas novas músicas sobre o tema.

O cantor e compositor Tom Zé, 76 anos, diz estar participando da série de protestos que tomou conta do país da maneira que tem capacidade: fazendo música. Ela já lançou duas músicas sobre o tema e na próxima segunda-feira (8), disponibilizará mais uma em seu site.
Em “Povo Novo” , o cantor –que lançou o disco que deu início ao Tropicalismo, “Tropicália ou Panis et Circensis”, em 1968 (ano do Ato Inconstitucional 5), fala dos gritos na rua e da “direita (...) querendo entrar na receita”. Em “Transporte Rock” , “desafoga no transporte/tira o gás dessa tortura”. A próxima terá “Estamos aqui na rua /sem quebra-quebra ou descompostura/viemos da amargura/mas não perdemos nossa ternura”.
“Minha participação é de fora, estou acompanhando, vibrando, fazendo música. É o apoio que tenho capacidade para dar”, afirmou o cantor ao Poder Online. Leia abaixo a entrevista:
Como surgiu a primeira música sobre os protestos? Tom Zé: Na hora que as coisas começaram, que o MPL (Movimento Passe Livre) começou a convocar os protestos, de repente, aquilo se encaixou numa demanda reprimida de todos nós. Foi uma alegria imensa ver o povo na rua, eu e Marcelo (Segreto, compositor) ficamos falando que precisávamos fazer alguma coisa. Tínhamos uma canção quase pronta, mas chegamos à conclusão de que os versos estavam ridículos com relação à força toda (dos protestos). Fomos dormir numa tristeza, no outro dia de manhã acordei com a ideia da tristeza na rua (“a minha dor ainda está na rua) e o Marcelo veio com “olha, menino, que a direita já se azeita querendo entrar na receita”. Aí ficamos contentes e já gravamos. 

 E o que você está achando da volta das pessoas às ruas? 

Tem uma canção que não postamos ainda: “aqui na rua outra vez/moçada de novo/que acabou de acabou de sair da casca do ovo”. É a prova de fogo desse pessoal que não tinha tido causa para ir para a rua, tem essa emoção de participar disso. Nós, que viemos da ditadura, antes da ditadura, quanto eu trabalhava no CPC (centro de Cultura Popular) de Salvador, quando tinha uma greve, a gente ia morar na greve. 
BoroGZuca - Música

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