Com fama de conciliador, Skaf distribui críticas e é bem recebido em diferentes ambientes. Assim, tem conseguido se manter influente entre empresários e ganhar espaço no ambiente político.
Paulo Antônio Skaf se define como um nacionalista. Certamente um patriotismo bem distinto daqueles que o crítico, tradutor e lexicógrafo inglês Samuel Johnson definiu como “o último refúgio dos canalhas”, em uma das frases mais citadas de todos os tempos. O assunto de Skaf é outro. Porta-voz do capitalismo nacional, ele sabe que desenvolvimento rima com industrialização. E defende a produção industrial brasileira como um dos fundamentos para uma sociedade avançada e democrática. No fazendão tupiniquim, ainda dependente dos resultados agrícolas, à mercê do clima e das bolsas de commodities, constrangido pelos conchavos políticos e pelas forças das mais antigas oligarquias do País, o setor industrial continua na gambiarra dos apagões da infraestrutura e nos buracos do investimento, sem acompanhar os saltos tecnológicos que as últimas décadas proporcionaram mundo afora. E, enquanto a onda de globalização exige laisser passer para as bolsas Marc Jacobs Carolyn Crocodile e para o pisca-pisca de Natal made in China, o processo de desindustrialização brasileira iniciado nos anos 1980 continua a fornecer ótimos galpões para novas favelas e invasões.
Entenda o ranking Os 60 mais poderosos do País
Confira o ranking Os 60 mais poderosos do País
Por isso Paulo Antônio Skaf, de 57 anos, declara-se nacionalista. E advoga um País forte por meio do desenvolvimento de uma indústria poderosa, dentro de um mercado regulado por políticas desenvolvimentistas, menos burocracia e mais infraestrutura, uma legislação trabalhista mais flexível – com toda a polêmica que isto possa significar –, juros baixos e impostos menores ainda. Filho de imigrantes libaneses criado em São Paulo, Skaf é o presidente da poderosa Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), que representa por volta de 130 mil empresas e um naco superior a 20% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Além disso, também é presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), do Serviço Social da Indústria (Sesi-SP), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-SP) e do Instituto Roberto Simonsen (IRS).
Nada mal para um industrial que é considerado um “sem-indústria”, em uma carreira sui generis para um líder de classe. Criado no tradicional bairro de Vila Mariana, na capital paulista, foi escoteiro e serviu o Exército, experiências apontadas como decisivas em sua personalidade objetiva e disciplinada. Trabalha desde menino, tendo largado a faculdade de Administração no Mackenzie, da qual nunca sentiu falta. Aos 14 anos, já trabalhava com corretagem. Com 17 anos, foi emancipado e tornou-se sócio da tecelagem do pai no bairro da Mooca, também em São Paulo. Mais tarde a empresa migrou para o interior paulista, e Skaf passou a ter cada vez mais participação em entidades empresariais, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo (Sinditêxtil), a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Enquanto ascendia na carreira de homem público, sua fábrica enfrentava dificuldades cada vez maiores. Em 2000, a Justiça exigiu a penhora dos bens da Skaf Indústria Têxtil e, em 1998, uma nova empresa surgiu para alugar os equipamentos da anterior. O revés não diminuiu o ímpeto de sua carreira política. Tanto que chegou a se lançar para o cargo de governador de São Paulo em 2010, ficando em quarto lugar, com 4,5% dos votos.
PMDB paulista intensifica agenda de Paulo Skaf no interior
PT paulista intensifica agenda de Skaf no interior
Skaf: "Nosso problema está da porta para fora"
E esse também não parece ter sido o topo das ambições públicas deste homem que gosta de se exercitar, em especial, na piscina e na equitação. Tem acesso a quase todo o espectro político brasileiro e é capaz de saltar entre diferentes posições com fôlego de atleta. Por exemplo, repreende os bancos em declarações e participa do conselho da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Ataca as diretrizes econômicas do governo Lula, mas diz que teve coisas boas em seu governo. Critica a economia, e – de forma elaborada – exime o ministro Guido Mantega de responsabilidades. E diz que quem manda é Dilma.
Tom conciliador
Tem fama de conciliador. Seu embate mais famoso foi contra a Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira, a CPMF. Instituída no governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, a CPMF ficou conhecida como “imposto do cheque”, mas em suas origens mais remotas – na Inglaterra dos anos 1930 – seria uma forma de inibir bruscas movimentações financeiras, especialmente no mercado de capitais.
No Brasil, o imposto traria a vantagem extra de permitir que transferências de grandes volumes de moeda indicassem sua origem e, dessa forma, coibisse fraudes, sonegações e lavagem de dinheiro. Em 2007, Paulo Skaf estava em campanha contra o imposto e rebatia as acusações de que ele só afetava os grandes investidores. “CPMF não era imposto de rico, todo mundo que tinha conta em banco pagava. A CPMF era como um vírus que ficava invisível na cadeia produtiva e acabava compondo o custo das mercadorias. Ninguém escapava”, comentou. O médico Adib Jatene, então ministro da Saúde do governo Fernando Henrique e que insistiu com o presidente por sua criação, chegou a afirmar que seus detratores não gostavam da contribuição por ser impossível sonegá-la. Skaf rebateu à altura: “Não costumo me ofender ou me incomodar quando alguém faz algum comentário infeliz. Doutor Adib Jatene é um médico de muito respeito e, para o bem do Brasil, deveria ficar no hospital, onde é um craque.” Menos irônico, em nota sobre o fim da CPMF, ele escreveu que “com a derrota do governo, quem venceu foi o Brasil”.
Dentro de seus ternos nacionais de lã fria – tem alguns ingleses e outros da Daslu – e sapatos vindos de Franca, pólo industrial no interior de São Paulo, Paulo Skaf chega a ter fama de pão-duro, o que nega. Mas passa uma boa imagem de executivo, jamais de um milionário ou bon vivant. Garante que nunca usou drogas e que porres de bebida, apenas na juventude. Nesse ponto não é tão nacionalista e admite degustar algumas taças de vinho chileno. E que bebe de tudo, mas em doses homeopáticas.
Casado há mais de 30 anos com Luzia Helena Pamplona de Menezes, tem cinco filhos e dois netos. Nos últimos tempos, Paulo Skaf tem dado sinais de que a conquista do Palácio dos Bandeirantes não foi esquecida, mas apenas adiada. Escreve com frequência artigos em jornais, nos quais analisa problemas sempre presentes em debates eleitorais, como saúde e violência, além de participar de anúncios televisivos do Senai e de manter, no site da Fierj, imagens suas que podem ser fotomontadas com a de outras pessoas. Como, por exemplo, candidatos a deputados ou vereadores. Mantém ainda um perfil no Facebook e envia mensagens pelo Tweeter, o que reforça a imagem de homem público e que, conforme o peso que ganhar nas urnas, pode alterar o balanço de forças na eleição do próximo governador de São Paulo.
Paulo Antônio Skaf se define como um nacionalista. Certamente um patriotismo bem distinto daqueles que o crítico, tradutor e lexicógrafo inglês Samuel Johnson definiu como “o último refúgio dos canalhas”, em uma das frases mais citadas de todos os tempos. O assunto de Skaf é outro. Porta-voz do capitalismo nacional, ele sabe que desenvolvimento rima com industrialização. E defende a produção industrial brasileira como um dos fundamentos para uma sociedade avançada e democrática. No fazendão tupiniquim, ainda dependente dos resultados agrícolas, à mercê do clima e das bolsas de commodities, constrangido pelos conchavos políticos e pelas forças das mais antigas oligarquias do País, o setor industrial continua na gambiarra dos apagões da infraestrutura e nos buracos do investimento, sem acompanhar os saltos tecnológicos que as últimas décadas proporcionaram mundo afora. E, enquanto a onda de globalização exige laisser passer para as bolsas Marc Jacobs Carolyn Crocodile e para o pisca-pisca de Natal made in China, o processo de desindustrialização brasileira iniciado nos anos 1980 continua a fornecer ótimos galpões para novas favelas e invasões.
Entenda o ranking Os 60 mais poderosos do País
Confira o ranking Os 60 mais poderosos do País
Por isso Paulo Antônio Skaf, de 57 anos, declara-se nacionalista. E advoga um País forte por meio do desenvolvimento de uma indústria poderosa, dentro de um mercado regulado por políticas desenvolvimentistas, menos burocracia e mais infraestrutura, uma legislação trabalhista mais flexível – com toda a polêmica que isto possa significar –, juros baixos e impostos menores ainda. Filho de imigrantes libaneses criado em São Paulo, Skaf é o presidente da poderosa Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), que representa por volta de 130 mil empresas e um naco superior a 20% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Além disso, também é presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), do Serviço Social da Indústria (Sesi-SP), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-SP) e do Instituto Roberto Simonsen (IRS).
Nada mal para um industrial que é considerado um “sem-indústria”, em uma carreira sui generis para um líder de classe. Criado no tradicional bairro de Vila Mariana, na capital paulista, foi escoteiro e serviu o Exército, experiências apontadas como decisivas em sua personalidade objetiva e disciplinada. Trabalha desde menino, tendo largado a faculdade de Administração no Mackenzie, da qual nunca sentiu falta. Aos 14 anos, já trabalhava com corretagem. Com 17 anos, foi emancipado e tornou-se sócio da tecelagem do pai no bairro da Mooca, também em São Paulo. Mais tarde a empresa migrou para o interior paulista, e Skaf passou a ter cada vez mais participação em entidades empresariais, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo (Sinditêxtil), a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
"É muito desvantajoso exportar no Brasil. Temos impostos sobre impostos"
Enquanto ascendia na carreira de homem público, sua fábrica enfrentava dificuldades cada vez maiores. Em 2000, a Justiça exigiu a penhora dos bens da Skaf Indústria Têxtil e, em 1998, uma nova empresa surgiu para alugar os equipamentos da anterior. O revés não diminuiu o ímpeto de sua carreira política. Tanto que chegou a se lançar para o cargo de governador de São Paulo em 2010, ficando em quarto lugar, com 4,5% dos votos.
PMDB paulista intensifica agenda de Paulo Skaf no interior
PT paulista intensifica agenda de Skaf no interior
Skaf: "Nosso problema está da porta para fora"
E esse também não parece ter sido o topo das ambições públicas deste homem que gosta de se exercitar, em especial, na piscina e na equitação. Tem acesso a quase todo o espectro político brasileiro e é capaz de saltar entre diferentes posições com fôlego de atleta. Por exemplo, repreende os bancos em declarações e participa do conselho da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Ataca as diretrizes econômicas do governo Lula, mas diz que teve coisas boas em seu governo. Critica a economia, e – de forma elaborada – exime o ministro Guido Mantega de responsabilidades. E diz que quem manda é Dilma.
Tom conciliador
Tem fama de conciliador. Seu embate mais famoso foi contra a Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira, a CPMF. Instituída no governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, a CPMF ficou conhecida como “imposto do cheque”, mas em suas origens mais remotas – na Inglaterra dos anos 1930 – seria uma forma de inibir bruscas movimentações financeiras, especialmente no mercado de capitais.
No Brasil, o imposto traria a vantagem extra de permitir que transferências de grandes volumes de moeda indicassem sua origem e, dessa forma, coibisse fraudes, sonegações e lavagem de dinheiro. Em 2007, Paulo Skaf estava em campanha contra o imposto e rebatia as acusações de que ele só afetava os grandes investidores. “CPMF não era imposto de rico, todo mundo que tinha conta em banco pagava. A CPMF era como um vírus que ficava invisível na cadeia produtiva e acabava compondo o custo das mercadorias. Ninguém escapava”, comentou. O médico Adib Jatene, então ministro da Saúde do governo Fernando Henrique e que insistiu com o presidente por sua criação, chegou a afirmar que seus detratores não gostavam da contribuição por ser impossível sonegá-la. Skaf rebateu à altura: “Não costumo me ofender ou me incomodar quando alguém faz algum comentário infeliz. Doutor Adib Jatene é um médico de muito respeito e, para o bem do Brasil, deveria ficar no hospital, onde é um craque.” Menos irônico, em nota sobre o fim da CPMF, ele escreveu que “com a derrota do governo, quem venceu foi o Brasil”.
Dentro de seus ternos nacionais de lã fria – tem alguns ingleses e outros da Daslu – e sapatos vindos de Franca, pólo industrial no interior de São Paulo, Paulo Skaf chega a ter fama de pão-duro, o que nega. Mas passa uma boa imagem de executivo, jamais de um milionário ou bon vivant. Garante que nunca usou drogas e que porres de bebida, apenas na juventude. Nesse ponto não é tão nacionalista e admite degustar algumas taças de vinho chileno. E que bebe de tudo, mas em doses homeopáticas.
Casado há mais de 30 anos com Luzia Helena Pamplona de Menezes, tem cinco filhos e dois netos. Nos últimos tempos, Paulo Skaf tem dado sinais de que a conquista do Palácio dos Bandeirantes não foi esquecida, mas apenas adiada. Escreve com frequência artigos em jornais, nos quais analisa problemas sempre presentes em debates eleitorais, como saúde e violência, além de participar de anúncios televisivos do Senai e de manter, no site da Fierj, imagens suas que podem ser fotomontadas com a de outras pessoas. Como, por exemplo, candidatos a deputados ou vereadores. Mantém ainda um perfil no Facebook e envia mensagens pelo Tweeter, o que reforça a imagem de homem público e que, conforme o peso que ganhar nas urnas, pode alterar o balanço de forças na eleição do próximo governador de São Paulo.
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