domingo, 10 de novembro de 2013

Sexta-feira 20 de Julho de 2001...Protesto contra a globalização reúne 4 mil em SP



Como ocorreu em muitos países, o
Brasil aproveitou a reunião de cúpula do Grupo dos Oito (G-8,
sete países mais ricos do mundo mais a Rússia), que começou nesta sexta-feira na cidade italiana de Gênova, para fazer manifestações. 

Em São Paulo, cerca de 4 mil integrantes de diversos movimentos
políticos e sociais do País - entre eles a Central Única dos
Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o
Movimento dos Sem-Terra (MST) e grupos punks e anarquistas -
participaram de uma passeata que durou quatro horas. 

A manifestação começou na Praça Oswaldo Cruz, interditou 
a Avenida Paulista por cerca de duas horas e meia e terminou na 
frente da sede do Consulado dos EUA. 

Punks, anarquistas e grupos 
sindicais, preferiram deixar a globalização em segundo plano e 
atacaram um inimigo comum: os EUA e, em especial, a criação da 
Área de Livre Comércio das Américas (Alca). 

O presidente da regional paulista da CUT, João Felício, 
explicou que a Alca foi escolhida como alvo dos protestos porque 
sua criação aumentará a dependência nacional em relação aos EUA. 
"Além disso, vai agravar as diferenças sociais no Brasil e nos 
outros países da América." 

"Nosso objetivo é uma manifestação pacífica e 
cultural", disse o presidente da UNE, Felipe Maia. 

Entre os 
punks e anarquistas, as maiores críticas foram ao Banco Central 
e ao FMI, para eles, responsáveis pela atual situação de miséria 
e exclusão social. 

Os punks foram responsáveis por momentos criativos da 
manifestação, como um jogo de futebol "sem cartola, regras ou 
juiz" e ativistas de skate e patins. 

Os estudantes também 
fizeram sua paródia, apresentando performances teatrais. 

O líder do MST, João Pedro Stédile, justificou a escolha 
dos manifestantes de encerrar a passeata na frente ao consulado 
dos EUA. "Como o Brasil está nas mãos do capital estrangeiro, 
vamos reclamar com o patrão." 

No fim do ato, uma bandeira 
americana foi queimada. 

Segundo Stédile, a expressividade da manifestação, que 
segundo a PM reuniu 4 mil pessoas, é sinal de que a população 
brasileira já não suporta a atual situação de exploração e 
miséria. 

"O povo pode não saber o que é globalização, mas 
conhece seus efeitos, como a fome e o desemprego." 

Na manifestação não houve atos de violência, mas 
comerciantes da Rua Padre João Manoel fecharam suas lojas. 
Segundo o comandante da operação da Polícia Militar, coronel 
Alexandre Melchior, 160 soldados foram destacados para 
acompanhar a manifestação. 

A Avenida Paulista ficou interditada durante 
o protesto na região. O tráfego foi desviado para as Ruas 
Teixeira da Silva e São Carlos do Pinhal que, sem condições de 
absorver o movimento, ficaram congestionadas. 

Pontos de lentidão 
também foram registrados na Avenida Brigadeiro Luís Antônio e 
Rua Joaquim Eugênio de Lima. O trânsito começou a normalizar-se 
depois das 14h30. 

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